Por Catedral de Luz
21/07/2022
Termo utilizado entre os imigrantes oriundos do continente europeu, entre o final do século XIX e o começo do Século XX, “fazer a América” era o mesmo que deixar toda uma vida para trás, abandonar raízes, afastar-se dos familiares e amigos e aventurar-se pelos países do “Novo Mundo”, entre eles o Brasil.
Analogias à parte, longe de menosprezar o nosso próximo adversário, “chegou a hora de fazer a América”. Superar o “América Futebol Clube” de Minas Gerais.
Não é a primeira vez que o time mineiro interpreta um divisor de águas nas pretensões alviverdes e, dadas as circunstâncias de como saímos da Copa do Brasil, a história do Brasileiro de 1973 serve sob medida.
O campeonato citado foi vencido pela SEP.
Na 1a fase coube ao alviverde a melhor campanha. Foram 18 vitórias, 3 derrotas e 7 empates, de um total de 28 partidas.
Na 2a fase repetimos a melhor campanha, mas precisamos de uma arrancada acima das medidas normais.
Depois de empatarmos os 4 primeiros jogos (Coritiba – com pênalti perdido pelo mestre Ademir –, Bahia, Internacional e o clássico Derby), a SEP viu seu favoritismo evaporar.
Ganhar os 5 jogos que faltavam era o nosso objetivo. A saber: América, Ceará, Tiradentes, Atlético e Vasco.
Mais de 60.000 torcedores incentivaram a “II Academia” e presenciaram sua vitória (3X1) frente o time de Belo Horizonte, portador da 5a melhor campanha da fase inicial.
O lendário Pacaembu testemunhou uma aula alviverde comandada por Leivinha, Ademir e César. Entretanto, a curiosidade ficou a cargo do sistema defensivo palmeirense – o gol de honra mineiro seria a única baixa sofrida durante a 2a fase, de um total de 9 jogos –.
Depois do triunfo alcançado, as vitórias seguintes aconteceram naturalmente – Ceará (3X0), Tiradentes (5X0), Atlético (3X0, no Pacaembu, com pouco mais de 40.000 torcedores) e Vasco (1X0).
Fomos à fase final e a disputa seria mediante quadrangular de turno único. Os adversários seriam o Cruzeiro, Internacional e o clássico Choque Rei.
Vencemos o Cruzeiro em BH (1X0, assistidos por um público superior a 70.000 torcedores), em uma das maiores partidas de Luís Pereira com a camisa alviverde.
O próximo embate teria o nosso mando. Frente os gaúchos perdíamos até o quarto final de jogo e em 2 minutos viramos o placar (2X1, Morumbi, pouco mais de 35.000 torcedores).
Decidimos o título do campeonato em Choque Rei e o empate nos favorecia. Todavia, não fosse o goleiro adversário e a vitória teria sorrido à II Academia. Ao final, mesmo com 0X0 (Morumbi, com mais de 60.000 torcedores) levantamos a taça.
Futebol é feito de detalhes e todos eles começaram frente o “Coelho”. Voltaremos no tempo?
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.