Por Catedral de Luz
03/11/2022
Abel Ferreira nasceu em Penafiel, Portugal, no ano sublime de 1978. Entretanto, à época, a SEP já contava com 6 títulos de cunho brasileiro (1960, 1967 [1], 1967 [2], 1969, 1972 e 1973).
Ao profissionalizar-se no clube local (Penafiel), em 1997, aos 19 anos, Abel seria contemporâneo de mais 2 títulos Brasileiros da SEP (1993 e 1994).
A seguir, ao jogar pelo Vitória de Guimarães, por 4 temporadas (até 2004), Abel teve a chance de trabalhar sob a batuta do brasileiro Paulo Autuori de Mello, com quem aprendeu manusear algumas ferramentas táticas a serem aplicadas no futuro.
A carreira de Abel crescia e o Braga foi seu próximo passo, onde jogou a temporada de 2005.
A temporada de sucesso chamou a atenção do Sporting de Lisboa e permitiu que Abel fosse contratado e atuasse na capital portuguesa por meia dúzia de temporadas (até 2011, ano de encerramento de sua carreira, motivada por uma cirurgia no joelho direito, em decorrência de uma ruptura dos ligamentos cruzados). Lá, ele conquistou 2 Taças e 2 Supertaças de Portugal, atuando em mais de 150 embates, além de ser convocado pelo selecionado português (2008 [3]).
Assumir uma das categorias de base do Sporting (sub-20 – 2012) e conquistar a Liga Portuguesa foi algo instantâneo para a carreia de Abel – assim como comandar os elencos aspirantes do Sporting (2013 e 2014) e do Braga (2015 e 2016) –. Concomitante, o grande e adormecido Palmeiras dava sinais de ressurgimento, com a conquista do Brasileiro de 2016
A grande chance de Abel Ferreira aconteceu ao aceitar o comando do time A do Braga (2017 e 2018). Foram dois anos exitosos, onde os “Braguistas” alcançaram marcas inéditas, tais como número de pontos somados, número de gols anotados e número de vitórias conquistadas, o que para a realidade local era – e é – algo além da conta.
Ao mesmo tempo, a SEP insistia permanecer entre os melhores, ao vencer o Nacional de 2018, mesmo que a escola tática alviverde não fosse um modelo de mercado.
Paulatinamente, Abel e Palmeiras estreitavam caminhos e o próximo passo foi o mercado europeu espiar a capacidade do atual técnico alviverde e permitir-lhe treinar o emergente Paok da cidade de Salônica, na Grécia (2019 – vice – e 2020).
Mas o destino de Abel Ferreira estava vinculado à SEP, meio que por vias instintivas.
A travessia de Abel, de jornada (algo isolado) tornou-se aventura (algo compartilhado). Afinal, a simbiose “todos somos um” é mais do que uma frase de efeito. Ela comunga os interesses de uma comunidade, tanto técnica e tática quanto passional, a partir de um torcedor.
As temporadas de 2021 e 2022 exibiram o brilho emergente de um técnico acima de quaisquer suspeitas. Alguém que proclame aos quatro cantos que o Palmeiras ao seu comando conquistou o Estadual (2022), a Copa do Brasil (2020), o Nacional (2022), a Libertadores (2020/ 2021) e a Recopa (2022). Como diria o grande Avallone: “Meus Deus!”
Abel Ferreira marcou seu nome na história palestrina.
[1] Roberto Gomes Pedrosa (Torneio)
[2] Brasil (Taça)
[3] A tarefa de convocá-lo coube a Luis Felipe Scolari.
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.