Por Leonardo Laruccia
11/02/2021

(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Inadmissível. Se tem uma palavra para descrever o meu sentimento como palmeirense neste momento é essa. Se você acha que estar emputecido é por ter caído em pilha de imprensa clubista, pode parar de ler por aqui. Nunca dei importância para terraflanistas e qualquer outro alucinado com microfone na mão.

“Ah, mas há poucos dias ganhamos o maior título do continente, não tem porquê estar tão irritado.” Tem sim. E muito.

A gente não perdeu esse título hoje, literalmente. Perdemos no domingo passado, após pífia partida contra o Tigres, sem ter visto a cor da bola. Se demos dois ou três chutes em direção ao gol foi muito. E tomamos sufoco, com três ou quatro milagres do Weverton (esse, aliás, é o único que pode ler essa coluna com a consciência tranquila de termos reconhecido o seu melhor em campo).

Eu entendo todo esse papo de que a parte física pesou, que o Palmeiras teve muito mais jogos, viagens etc. Não é esse o ponto. O que faltou no Palmeiras foi alma. Alma verde e branca que representasse cada um dos quase 20 milhões de torcedores dentro das quatro linhas.

Vencemos a Libertadores e estamos na final da Copa do Brasil por toda a energia transmitida do coração de cada torcedor até a Academia e ao Allianz Parque.

Ganhar, perder e empatar faz parte do jogo. O que não faz parte do jogo é nos sentirmos desrespeitados por algo que deveria ser inato a todo jogador que veste o manto: a vontade de representar e suar sangue verde dentro de campo.

É inadmissível um clube do tamanho do Palmeiras tenha conquistado os títulos da temporada em razão lampejos em determinados jogos.

Fomos campeões sim, nunca vibrei tanto por um título como do último dia 30 de janeiro. Mas, perder com honra e sabendo que saiu de campo entregando tudo o que tinha é muito mais honesto do que ganhar tendo entregue muito menos do que o máximo que conseguia.

Estou exagerando nas críticas? Talvez sim. Posso estar indo além da conta na cobrança? Sim, mas não me importo. Continuarei indo além até que a falta de comprometimento com aqueles que realmente sofrem com cada derrota do nosso clube seja extinguida.

Torcerei sempre. Vibrarei com cada gol, não importa aonde e como estejamos. Mas que nos respeitem e joguem de verdade. Futebol é entretenimento, mas o amor por um clube não é.

Que sirva de lição. Ainda temos mais duas finais a jogar.

E, aos atletas mais velhos, deixem pra pintar o cabelo quando tiverem culh** pra representar dentro de campo.

Avanti.

Leonardo Laruccia, palmeirense da década de 90, publicitário, sócio da WL Agência Digital e escritor nos intervalos.