Por Catedral de Luz
04/12/2023
– Eu não sou ingrato! Com estas palavras Abel Ferreira encerrou a entrevista coletiva deste final de semana, pós partida frente o Fluminense.
Não sei se vocês perceberam da mesma maneira, mas o Técnico Alviverde estampou o seu destino nas entrelinhas. Para mim, Abel Ferreira permanecerá.
O que me deixa surpreso – e não deveria – é a Imprensa Oficial entender o contrário.
Não foram poucos, mas vários repórteres afirmando após as respostas do Gajo que o tom sinalizava uma despedida, fato que não percebi.
Não morrerei na véspera, pois cada dia até o início da temporada de 2024 deverá ser degustado com temperança.
Por enquanto é bom saber sobre a competência de um time incansável e faminto por vitórias. Elenco que contraria os extremos do histórico futebolístico brasileiro.
Ouvi alguns comentários sobre a mecânica do jogo Alviverde e não entendo seus jogadores como robôs insensíveis aos acontecimentos, similares a peças que deixam de funcionar ao sabor do “liga-desliga”.
O fator emocional humaniza as conquistas e enaltece um trabalho de três temporadas.
Exemplificando o que falo, Raphael Veiga comandou a meia cancha alviverde como um líder técnico. Articulou nossas investidas ofensivas e soube driblar com inteligência uma suspensão que lhe acenava – jogou noventa minutos da partida pendurado.
Entretanto, a SEP não viveu apenas da maestria da “Camisa 23”. Afinal, Richard Rios multiplicou-se dentro das quatro linhas e combateu todas as investidas cariocas. A tendência é o futebol desse colombiano crescer mais, a cada embate.
E por falar em crescimento, a linha defensiva esmeraldina paulatinamente volta a ser eficaz. Entre seus nomes, Murilo brilhou, ao simplificar as jogadas, interceptar passes, antecipar lançamentos e assistir em velocidade o “tanque” chamado Endrick.
Fim de campeonato? Não. Matematicamente tudo é possível. Porém, ao enxergarmos de quem falamos, quer nos parecer que o título virá.
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.