Por Roberto Galluzzi Jr.
19/11/2022
Não sei quanto a você que me lê. Mas quando comecei a torcer pro Palmeiras, nosso time só perdia. Tempos difíceis aqueles do fim da década de 70 e todos os anos 80. Bem ou mal, aquilo forjou uma paixão que não depende de vitórias. Aprendi a amar o Palmeiras pelo que ele É, não pelo que ele tem.
Porém, o que mais aprendi foi que, fila ou quedas estão longe de ser máculas em nossa história. Pelo contrário, nos ensinam que o clube, o Palmeiras é, essencialmente, humano. E como todo ser humano, sujeito a falhas… e quer saber? Isso é um bálsamo para nossas dificuldades!
Quantas vezes, após algo não dar certo, após momentos de decepção, a imagem das falhas do nosso time me vieram a mente, causando alívio naquela tristeza, como se uma voz dissesse “filho, calma… errar é humano e estamos aqui pra aprender, evoluir e superar. Se até o Palmeiras cai, porque você seria infalível?”
E é aí que entra o coeficiente do potencial moral que a paixão clubística traz. Emoção e devoção. Não há nada tão externo a nós que nos traga tamanha comoção. Perder ou ganhar um campeonato não alterará nossa condição em nada. Mas por dentro, dependendo do resultado o coração bate bem diferente. Nos sentimos como uma parte do time. Como se lá dentro estivéssemos, todos os dias, participando, interagindo, vivendo…
E essa sensação de “carregar o time dentro de si” é uma estrada de via dupla. No momento em que você É o time e não apenas “torce” por ele, sua postura perante o mundo abraça aquela referência e passa a mimetizá-la, copiá-la. É Campeão, se sente Campeão, dentro de uma estrutura Campeã.
E o que o Palmeiras tem vivido hoje não é qualquer coisa. É de encher os olhos de um pai que pode enfim dizer ao seu filho: “quem planta, colhe. Assim fizemos e por isso vencemos. É assim que se faz.” E é assim que agente vive, que a gente sofre, que a gente ama… e evolui. Obrigado, Palmeiras.
Nascido nos 70 e forjado nos difíceis anos 80, o Galluzzi enfrentou a fila inteira de 16 anos. Mas estava lá, em 12/06/93, in loco e muito loco pra assistir ao vivo o primeiro de muitos títulos, aos 21 anos! Talvez por isso, pra esse geração X raiz, roqueiro e paulistano da gema, não é qualquer derrota que abala a fé.
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