Por Catedral de Luz
13/09/2022
Assim como a maioria dos leitores, o futebol capturou-me e tornou-me refém de seus caprichos.
Entre a lucidez e a insanidade vivi todos os meus 60 anos de SEP.
Apesar do tempo implacável nos envelhecer, a imagem que guardo na lembrança me mantém imortal.
Sou um menino sentado à beira da calçada e entusiasmado ouço Fiori gritar mais um gol: – É fogo! É fogo! É fogo! Goooooooool! Cééésaaar!
– Apita o árbitro! Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo! – Assim começava a pintar o quadro do jogo dentro de minha mente.
Eu tinha medo da derrota – coisas da infância –, embora o “Divino” de forma imaginária estivesse ao meu lado: – Ele puxa a bola! Ele gosta da bola!
Quando o jogo apresentava dificuldades sempre havia alguém imprevisível a solucionar: – Fedato arremata, Ado salta e não pega, puxa os cabelos, mas agora não adianta chorar! O tempo passa, quarenta minutos, etapa final…
Quadro mágico, de um artista singular e que maravilhas proporcionou a este menino que teima manter-se aos dez anos.
Confesso que tornei a assistir com lágrimas nos olhos.
– Apita o árbitro! Fecham-se as cortinas e termina o espetáculo!
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.