Por Eduardo Luiz
10/12/2019, 12h44 – Atualizado às 13h27
Depois de 7 anos, 274 jogos e 3 títulos nacionais (Copa do Brasil 2015, Brasileiro 2016 e Brasileiro 2018), o goleiro Fernando Prass despediu-se oficialmente do Palmeiras no começo da tarde de terça-feira em uma entrevista coletiva.
Prass iniciou elegendo os momentos mais marcantes de sua trajetória no clube, positivo e negativo: “O momento mais marcante foi sem dúvida nenhuma, não só o pênalti, mas toda final contra o Santos (da Copa do Brasil 2015). Pelo contexto, que veio desde 2014. Pela rivalidade com o Santos, pelo mosaico, pelo pênalti defendido, pelo pênalti feito…”.
Já o momento mais complicado, de acordo com o goleiro, foi no ano anterior, quando ele sofreu uma grave lesão e o clube lutou contra o rebaixamento no Brasileiro: “O momento mais difícil foi 2014, quando quebrei o cotovelo contra o Flamengo. Tive dificuldade para voltar. Estava com muita dor para treinar, os médicos tiraram o pino e a corda. Não melhorou. Fiz outro treinamento, com ondas de choque, e aliviou bastante. Treinei na sexta e joguei domingo contra o Botafogo. Aquele momento foi o mais difícil pela situação do clube e pela minha”.
Ídolo da torcida, Prass repetiu o que o zagueiro Edu Dracena já havia falado sobre a intensidade de tudo que envolve o Verdão: “Aqui não tem meio termo. Tem as oscilações, e posso dizer que vivi 8 ou 80 em questão de estrutura também, financeira e física. Peguei o clube numa situação ruim e agora, muito boa. O Palmeiras é um clube de italianos, é um sangue bem quente, então a gente vive muito disso aqui, e prefiro viver intensamente do que uma situação de tranquilidade”.
Questionado se em função da sua história no clube a diretoria não lhe devia mais consideração, Prass respondeu: “Eu vou responder da forma mais sincera possível. Se for por gratidão, por história, isso não é o que leva o jogador a renovar o contrato. Isso é muito bonito mas o que faz o jogador continuar é o desempenho. Esse ano joguei 11 jogos e na minha opinião mantive o nível alto, dentro de campo correspondi. Treino no dia do jogo, depois do jogo… Mas é difícil falar que esperava mais da diretoria”.
Na sequência ele mostrou certo incômodo como o ex-diretor de futebol Alexandre Mattos conduziu a questão da sua renovação: “A minha situação de ficar ou não no Palmeiras foi muito mais administrativa do que técnica. Na conversa que tive com o presidente ele me expôs o planejamento do ano, e era sabido já que tínhamos 2 goleiros com mais tempo de casa, com mais idade, e que provavelmente ficaria um só. E lá atrás se desenhou uma situação contratual que definiu a questão. O antigo diretor teve uma estratégia que deixou meu destino selado. Então, conversando com o presidente, pelo o que se criou, não tinha possibilidades de ficar aqui e eu não queria atrapalhar o planejamento” (nota PTD: Prass se referiu à renovação de Jailson por 2 anos, selada em 2018 e revelada só agora).
No último sábado, quando anunciou pelo Twitter que não renovaria o contrato, Prass comentou que a despedida não seria como ele tinha imaginado; a explicação dessa frase veio hoje: “Sempre disse nas coletivas que minha intenção era encerrar a carreira no Palmeiras. Me vejo treinando em alto nível, meus índices de fisiologia são excelentes, meu desempenho foi bom em campo nos jogos que atuei, e esperava encerrar minha carreira aqui. Mas sempre falei que não dependia só de mim”.
Por fim, o agora antigo dono da camisa 1 alviverde afirmou que ainda não pensou no futuro: “Durante a semana desliguei meu telefone. Deixei combinado com meu empresário que partir do momento que me desvinculasse do Palmeiras, começaria a pensar nisso”.