Por Catedral de Luz
31/12/2021

(Foto: Reprodução)

Falarei do Palestra, é claro, mas de forma diferente.

Hoje prestarei uma singela homenagem ao torcedor que os deuses do futebol não permitiram que eu conhecesse pessoalmente. Falo de Henrique – Grande Pezão! – como diria o não menos conhecido Dionísio Cordeiro.

Pai de Chantre da Armada – um dos seres mais bondosos que tive a oportunidade de conhecer em tempos de pandemia –, Henrique era apaixonadamente teimoso e não menos corneteiro, quando o assunto era SEP.

Por essas e outras, Chantre pediu-me gentilmente que interagisse com seu pai, no grupo de whatsaap que fazemos parte: – “Meu pai é um sujeito simples e que pela força braçal possibilitou-me aprender uma segunda língua, com a qual pago minhas contas. Porém, não terá paciência para dialogar com os outros membros. Emitirá seus pontos de vista e se ninguém responder, ele entenderá como indiferença”.

Assim foi feito. Jamais deixei o velho Henrique boiando no grupo. Aliás, acho que o amigo Chantre desconhece. Afinal, nossa amizade cresceu e o “Grande Pezão” tornou-se um assíduo leitor do “Galope Peregrino”. Após suas leituras, ele me mandava opiniões a respeito – sempre no particular –. Era o nosso “acordo de cavalheiros”.

A figura do corneteiro nunca agradou este colunista. Entretanto, pelas frases de um esmeraldino raiz, eu aprendi um pouco mais sobre a eloquência de quem critica ferozmente quando perde e esbraveja um “não fizeram mais do que obrigação” quando ganha.

Você é um palmeirense de pura sorte, amigo Catedral. O lado lúdico de torcedor da terceira idade apresentou-se pelo nome de Henrique e a alegria de ser simplório, mas sincero e único veio de brinde.

Fique em paz, amigo Chantre. Enxugue as lágrimas, abra uma cerveja e beba mais um copo. Eu te acompanho, mas não fale para meu médico.

A pandemia pode levar o homem, mas a lenda permanece.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.