Por Catedral de Luz
22/12/2021
Invariavelmente, o futebol é o reflexo da vida cotidiana.
Como não poderia ser diferente, assim como na vida, o erro reside sempre no outro e nunca em você.
Exemplifiquemos abaixo:
– O atleta Sarpa deixou o Fluminense porque não recebia religiosamente seus salários e outros numerários;
– Embora a atitude do clube das Laranjeiras seja digna de censura, de forma surpreendente sua torcida acusou o jogador de ser mercenário – como se o caminho da justiça não fosse a escolha de qualquer ser humano;
– Insatisfeita com o desfecho do julgamento – afinal, a derrota é uma roupa indecente para quem perde – sempre que o destino colocava Scarpa e Fluminense frente a frente, ao tocar na bola o quatorze alviverde era vaiado;
– Ao contrário do passionalismo exemplificado acima, a SEP tem manifestado o capricho de homenagear alguns jogadores, quando o ciclo dos mesmos se encerra. Foi assim com os três últimos: Jailson, Pitbull e Willian.
Longe de ser demagogia, tais cerimônias demonstram gestos de sinceridade e respeito aos anos de lealdade que cada um deles proporcionou.
Assim sendo, não seria bem-vinda a mudança de paradigmas por parte da torcida tricolor carioca? Ao invés da vaia passional o pedido de desculpas não cairia melhor?
Ética e futebol ainda combinam.
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.