Por Catedral de Luz
14/12/2020

(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

— Temporada atípica! – dizem os especialistas. Claro, eu concordo!

—Todos convivem com os mesmos obstáculos! – dizem os especialistas, os mesmos que levantaram a bandeira do hipócrita “politicamente correto”. Discordo, com veemência radical; competentes e incompetentes foram atirados à mesma sepultura.

Desde que o ano trevoso de 2020 teve início, a “S.E.P.” não se viu alijada de quaisquer campeonatos e isso não é pouco.

Convivendo com as críticas, geralmente exageradas, o clube instituiu um “modus operandi” que privilegiava as “canteras”. Era o fim da figura do “intocável CEO” e o retorno do Diretor de Futebol, com contas a serem prestadas a um comitê de notáveis palestrinos.

Decentralizando o cotidiano esmeraldino, o futebol alviverde respirava por aparelhos e sofria com a expectativa de todos, incluindo presidência, palmeirenses e imprensa, esta afiada até a borda do copo.

Como que por mágica surgiu a pandemia e pôs termos inesperados à temporada. Aquilo que prognosticava tempestade ao clube virou tragédia à sociedade e o que parecia impossível passou a entrar nos eixos.

A ética falou alto e não deixamos funcionário algum à margem social. Aqueles que mais ganhavam – o elenco – negociaram seus salários e participaram com afinco do plano humano de sobrevivência.

E o “Gigante” fez a sua parte, ao recusar a morte pandêmica e, mesmo que lentamente, armou suas forças esportivas. Percebeu alguns erros e com novos olhos enxergou o horizonte.

O “Grupo” entendeu o que se passava ao seu redor e buscou um termo comum que permitisse que os objetivos fossem alcançados. Não todos, claro. Não passava pela mente dos mais otimistas que sobreviveríamos a tantos adversários.

Todavia, cá estamos. Resistimos a situações improváveis e não temos certeza se há dentro do elenco a nomenclatura interpretada por titulares e reservas.

Titular é aquele que joga e reserva é aquele que auxilia seu parceiro a respirar quando for imperativo.

Até onde chegaremos? Impossível prever. Alimentamos esperanças? É claro, pois entendemos a conquista como algo constante. Porém é leviano iludir-se com a História de 2020.

Seremos sempre enxergados como um dos extremos da corda. Alguém lutará por nosso fracasso. É do jogo. Faz parte da melodia competitiva…

… Mas nascemos da incerteza do próximo prato de comida e faremos jus a ele e a muitos mais, pois a “S.E.P.” não veio e nunca virá a passeio.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.